Nós, adictos, somos pessoas que muitas vezes nos deixamos levar por nossos defeitos de caráter. No meu caso, a impaciência é um deles, que acho particulamente terrível. Como tenho estado impaciente nestes últimos dias. Não há um motivo específico. Apenas estou.
Me recordo que a impaciência e a ignorância foram comortamentos que eu utilizava para afastar as pessoas de mim quando eu queria usar drogas; que era uma foma de me isolar em minhas convicções e me fechar para não escutar o outro; a postura adotada para não assumir meus erros e sempre, assim, estar com a verdade.
Não posso me deixar levar pela ignorância mais uma vez. Na minha adicção ativa, ela foi me afastando de tudo e todos que eu gostava. Recordo-me que quando estava em tratamento, não apenas reconheci este fator como amarguei profundamente a ausência dos meus filhos. Só aprendemos a valorizar quando perdemos.
Tenho todos os motivos do mundo para não repitir meus erros, para manter-me firme em minhas novas convicções, para ser feliz. Às vezes isto parece ser tão repetitivo, mas é preciso que seja. A dor provocada ou vivida é facilmente esquecida. Aí, surge alguém aqui dentro que acha que pode cometer os mesmos erros. Neste sentido, foi oportuna eu ter assistido a entrevista com Casagrande no Faustão. Vi-a por casualidade, pois na hora estava saindo para visitar minha mãe. Foi uma atitude louvável a dele, pois ele poderia ter optado ficar no seu canto, sem se expor novamente. Seu caso só reforça, como colocou-me um amigo, que esta problemática não escolhe classe social ou nível de escolarização e ajuda a quebrar a estigmatização de que dependente químico é "o drogado pé de chinelo". Foi bom podê-lo assistir,. E experiência com as drogas é universal. A dor causada em nós é a mesma, só muda o nome e o endereço. Só por hoje não vou me esquecer que tenho que cuidar de minha doença, mas que, também, tenho que cuidar de mim e de minha família com todo amor que puder dispensar.
Jorge, compartilho com você do mesmo sentimento, também achei louvável o depoimento que ele deu em rede nacional, acho que é bom para os "ignorantes" verem que é uma doença e que ela não escolhe classe nem cor. E para verem o quão sofrido é ficar longe das drogas, mesmo ele que tem todo o aopoio que o $ pode pagar, ainda sim, ele antes de mais nada precisou assumir que é fraco perante as drogas.
ResponderExcluirEsse é o caminho não é mesmo?
Forte abraço pra vc e família!
Só por hoje, tente substituir a impaciência por serenidade e a ignorância por compreensão, vale a pena! Encha seu coração de gratidão. Esses elementos são infalíveis!
ResponderExcluirSei que não é fácil o caminho que o adicto percorre na sua recuperação, mas ainda assim, na minha opinião, não há caminho melhor a percorrer.
Lembra daquela frase: "sofrimento é passageiro, desistir é para sempre!", pois é, mantenha-se firme, sereno, que a cada dia se sentirá mais pleno!
Abraços pra você e família!
A correspondência deve chegar nesta semana ainda...
Giulliana,
ResponderExcluirAcho que o grande desafio do dependente químico não está apenas na sua recuperação, mas também de desmistificar muitas inverdades e preconceitos sobre o caso. As pessoas têm que começar a entenderem que isto é um problema que afeta todas as classes sociais e religiões porque, antes de tudo, somos seres humanos, passíveis de errarmos. Achei as colocações dele muito oportunas e esclarecedoras.
Polyanna,
Nada é por acaso. Postei hoje pela manhã sobre a minha impaciência e procurei ter mais calma e serenidade no meu dia. Quando chego à hora do almoço, o material do NAR-ANON já havia chegado. Abro o livreto "Histórias de Recuperação" aleatoriamente e cai justamente no texto chamado paciência. Muito obrigado pelo material. vou lê-lo com calma.
Um grande abraço a vocês. Fiquem com Deus.
Realmente nada é por acaso, Jorge. Sei que se esse material foi para a sua família é por providência Divina, e fico muito feliz que tenha chegado a tempo, e no momento em que necessitou.
ResponderExcluirAbraços a toda a família!
Serenidade!