"Concede-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que posso e sabedoria para distinguir a diferença."
Esta oração faz parte de quem, de alguma forma, está envolvido com o programa dos doze passos. No início fazemos um pedido para Deus. Isto significa que não conseguimos nada sozinhos; que sós, somos fracos e que só há possibilidade de nos fortalecermos com Deus. Ao admitirmos isto, nos fazemos humildes para buscarmos ajuda e, pela humildade, crescemos em grandeza.
Ao pedirmos a ajuda de Deus, não podemos esperar que Ele desça em uma nuvem dourada e pergunte a nós o que queremos Dele. Ele nos ajuda por meio das pessoas ao nosso redor e das situações às quais vivemos. Até aquela pessoa que não possuimos muita afinidade ou ficamos aborrecidos quando estamos próximos a ela é um instrumento de Deus para que possamos exercer a paz, o perdão e a complacência.
Pedimos a Deus a serenidade, pois foi a falta dela que, dentre outros fatores, provocou o desequilíbrio em nós e, por conseguinte, em nossas ações. Pedimos serenidade para pormos em prática outro princípio básico de recuperação: aceitação; aceitação e entendimento da nossa realidade; aceitação de que nem sempre as coisas são como desejamos e que isso não pode comprometer nossa recuperação. Temos que ter em mente que estamos fazendo nossa recuperação porque precisamos e não para mudarmos uma dada realidade ou reações das pessoas para conosco. Após a aceitação, vem um elemento fundamental: coragem para nos aceitarmos como somos, pessoas com limitações, defeitos e qualidades e, que nem por isto, deixamos de ter o direito de buscarmos nossa felicidade. Pedimos coragem para modificarmos nossa realidade e dizermos um não aos velhos hábitos, fomas de pensar e às drogas.
Temos que ter em mente que nem sempre podemos mudar a realidade ao nosso redor, por isso, que tal começarmos por nós? Daí a sabedoria que pedimos ao final para percebermos o que é possível de mudança e o que não é. Portanto, temos que pôr em pática nossa aceitação e entendimento para que possamos conviver harmoniosamente com aquilo que não podemos modificar.