sábado, 21 de maio de 2011

Os Doze Passos

Os doze passos vem ser uma filosofia devida desenvolvida por Narcóticos Anônimos que ajuda o dependente químico a se manter limpo, isto é, sem consumir quaisquer substâncias que tirem seu equilíbrio psíquico e emocional. São doze sugestões que têm produzido resultados satisfatórios na vida de muitas pessoas, ajudando-as a recuperar não apenas seu equilíbrio como também sua dignidade.
Os três primeiros são a base de qualquer tratamento. Se não os pormos em prática todos os dias, estamos fadados a uma recaída. Aqui vamos fazer uma breve apresentação deles. Sugerimos que você procure lê-los na literatura de NA e refletir sobre tudo o que eles colocam. Uma mudança de vida começa na mudança de posturas e valores que possuímos.

PRIMEIRO PASSO: Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis.

Admitir que somos impotente perante minha adicção e nossos defeitos de caráter é o primeiro passo de qualquer recuperação. Enquanto não admitirmos esta impotência, continuaremos achando que podemos usar drogas e “termos uma vida normal”. Não há uma vida normal com drogas. Não há quantidades seguras de droga para o consumo. Uma característica de nossa doença é a compulsão. Só precisamos usar uma vez para perdermos o controle sobre nossas ações.
Nossos defeitos de caráter (arrogância, autossuficiência, manipulação, egocentrismo, etc.) foram os fatores decisivos que nos levaram ao consumo de droga. Quantas vezes justificamos nosso uso em outras pessoas (estou usando porque Fulando fez isso ou agiu assim comigo)? São os nossos defeitos de caráter que nos manipulam e nos fazem acreditar que temos controle sobre nosso uso, que paramos de usar quando queremos, que podemos usar só um pouco ou mais uma vez.
Admitirmos a nossa impotência perante as drogas e o nossos defeitos de caráter é um passo grandioso, pois nos faz ultrapassar todo o nosso orgulho e nos faz termos consciência de que temos um problema, que precisamos de ajuda. A ausência da droga nos deixará, neste instante, um vazio. Mas não temos que pensar nisto agora, apenas sabermos que não suportamos mais sofrermos e que queremos e precisamos mudar de vida nos basta.

SEGUNDO PASSO: Viemos a acreditar que um Poder maior do que nós poderia devolver-nos à sanidade.

Em Narcóticos Anônimos, insanidade significa fazermos os mesmos erros esperando obter resultados diferentes. Em nossa adicção ativa, cometemos inúmeros atos de insanidade para usarmos algum tipo de substância. Cometemos essas insanidades sem estarmos sob o efeito de drogas. Não podemos mais justificarmos nossas ações colocando a responsabilidade de nossas atitudes em outros fatores. A maior parte das vezes que cometemos insanidades, estávamos sem uso de drogas e as cometemos justamente para usarmos.
Agora, sabendo de nossa impotência perante as drogas e os nossos defeitos de caráter, temos que buscarmos nosso equilíbrio (espiritual, psicológico e emocional). Nossa recuperação começa a avançar à medida em que vamos restaurando o equilíbrio antes perdido. Estar limpo e sóbrio não é apenas deixar de usar drogas, mas ter atitudes serenas e sensatas. Aí entra o nosso Poder Superior, que, para a maioria, é Deus.
A droga nos deixou um vazio. Temos que preencher esse vazio com algo maior e mais forte do que a droga: nosso Poder Superior. Acreditar que nosso Poder Superior poderá nos devolver a sanidade é aceitar que Ele opere ações em nossas vidas, é permitir que Ele aja nos restaurando não apenas a questão do equilíbrio, como também nos fazendo crer que agora não estamos apenas dando mais um tempo sem usarmos drogas, que buscamos restaurar tudo o que a nossa adicção ativa destruiu em nossa vida, a começar por nós mesmos.

TERCEIRO PASSO: Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira como nós o compreendíamos.

Este é um passo difícil a princípio, mas fundamental para nossa recuperação. Durante toda a nossa adicção ativa, entregamos nossas vidas e vontades aos cuidados da droga e de nossos defeitos de caráter. O resultado foi devastador. Passamos um bom tempo entregando nossas vidas na mão de um poder destruidor. Agora, por que não nos entregarmos a um poder restaurador?
Inicialmente, temos certo receio dessa entrega, afinal, estávamos tão acostumado a um modo de vida antigo que, mudar isto parece difícil e nos gera insegurança. Essa entrega é algo similar a fecharmos os olhos e saltarmos na escuridão. Mas não foi exatamente isso que fizemos quando nos adentramos pelas drogas? Entramos em um mundo sem uma dimensão real do que aconteceria, achando ingenuamente que poderíamos sair dele assim que quiséssemos. Se já agimos assim no passado, por que não podemos entregar nossas vidas e cuidados nas mãos de Deus, já que sabemos que os resultados só podem ser os melhores possíveis?
O que é a vontade de Deus em nossa vida? É tudo aquilo que é positivo, que é uma afirmação da vida, de coisas boas. Já nossas vontades são destruidoras. Sabemos bem fazermos essa distinção e percebermos os resultados delas em nossas vidas.


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