terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pessoas

     Quando era criança, tinha a sensação de eternidade e achava que nada iria mudar, que as pessoas não envelheceriam e que não morreriam. Aos quatro anos, meu grande ídolo, meu avô, morreu. Descobri a transitoriedade de uma forma muito absurda.
     Aos poucos fui entendendo que as pessoas envelhecem; que elas passam por nossas vidas. Algumas passam de forma tão meteórica que mal conseguimos lembrar delas; outras, demoram um pouco mais e há ainda as que nos marcam.
     Aprendi muitas coisas com as pessoas que passaram por minha vida. Coisas boas e ruins. Fui mal com umas, injusto com outras, arrogante com umas tantas e tive boas ações também para com algumas.  Cada uma delas me ensinou algo de bom e, mesmo as que eu não gosto me ensinam a ter paciência e aceitação, pois as coisas não são bem como desejaria: simplesmente elas são.
     Meus filhos me mostram que a felicidade está em ser simples; com meus alunos, entendo que sempre tenho algo a aprender. Nem sempre vou agradar todo mundo. E daí? Quem foi que disse que estamos nesta vida para isto? Não tenho que me entristecer se há pessoas que não simpatizam comigo, pois há tantas outras que me amam e estas, junto com as que estão hoje comigo, são verdadeiramente mais importantes para mim. Quanto ao resto, bem, quem foi que disse que se vive de restos?
     So por hoje me permito ser feliz.

2 comentários:

  1. Jorge,

    Descobri teu blog por acaso e tenho me identificado com ele. Também passei por tratamento e estou há um ano e meio limpo. Guardo muitas mágoas ainda e não sei se elas vão sumir. Mágoas de algumas pessoas que são podres e olham para mim como se fossem superiores. Me identifico quando você diz que ninguém precisa de restos pra viver. Pra mim, esse pessoal que se acha é resto.
    Só por hoje, companheiro.

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  2. Professor Jorge Alberto,
    O senhor foi meu professor há uns 6 anos, foi uma das pessoas que passaram rapidamente pela minha vida, porém deixaram nítidas lembranças. Lembro-me bem de uma aula sua em que o senhor, comentando o livro Os que bebem como os cães, disse: "um homem não morre por dinheiro. um homem morre por amor, por uma ideia".Isso me marca até hoje, eu já contei essa história para muitas pessoas( um dia quero contá-la aos meus filhos). Desejo-lhe muito força para enfrentar os dias que virão. Esteja certo que um coração sincero como o seu sempre está no caminho certo, ou a um passo dele.

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