Amanhã, internos, voluntários e colaboradores da Fazenda da Paz estarão fazendo uma panfletagem sobre a Caminhada do dia 26 agora. O lema deste ano é “Esqueça o crack, lembre de você.”
É a terceira panfletagem da qual participarei. Acho muito positiva a abordagem neste ano. Ela mostra que há possibilidades de uma vida sem drogas; de que devemos nos voltar para nós mesmos, resgatarmos nossa dignidade, nosso amor próprio, nossa fé e a esperança de achar, só por hoje, que ficaremos limpos pelo resto de nossas vidas.
Esquecer o crack não é apenas deixá-lo de lado, mas deixar toda uma vida de fracasso para trás, todas as mágoas e sofrimentos; esquecer o crack é ter fé em um novo futuro. Não vou dizer aqui que a reinserção seja algo fácil, pois estaria mentindo mas, com todas as suas dificuldades, é bem melhor do que a vida de angústias, medo, cadeia e morte que as drogas promovem, porque, ao final das contas, a sensação de prazer logo se esvai e fica o vazio e a certeza de dias ruins.
Hoje pela manhã, fui com meu filho ao escritório da Fazenda da Paz. Fomos lá para pegarmos uma camiseta da campanha para ele. Claro que a menor ainda ficou grande. Domingo agora estaremos nós dois na caminhada. Minha esposa terá viajado para o Rio e minha filha irá, pela manhã, com meu irmão, visitar minha irmã que mora em outra cidade. De modos que domingo faremos um programa pai e filho bem especial. Como ele vibrou com a camiseta. Esperemos até o domingo.
Que ótimo Jorge, é bom isso né, esse convívio familiar, esses programas entre pais e filhos, e o melhor ainda, você o está incentivando desde cedo a participar de programas sociais, isso não tem preço!
ResponderExcluirPara você como pai e como um D.Q em recuperação, isso é mais do que especial, tenho certeza.
Muita luz no seu caminho, poste para nós depois como foi, tenho certeza que será bem produiva para todos que participarem!
De fato, Giulliana.
ResponderExcluirPercebo que a melhor coisa que posso deixar para meus filhos passa por educação, valores e exemplos.
O Lucas, quando fui para o tratamento, tinha aproximadamente 1 ano. Ele não tinha noção do que acontecia. Ficava sem entender o porquê de me visitar já que eu deveria morar com ele, meio sem entender o porquê de ir embora e eu ficar lá.
Claro que ao ter maior noção das coisas ele vai ter de saber da condição do pai, que é um dependente químico. Quero que desde cedo ele perceba que a dependência química é uma doença que, mesmo incurável, é possível conviver com ela dentro de padrões próximos à normalidade como também perceba o perigo das drogas. Esta lição ficou bem viva em minha filha, já que na época ela tinha noção do que ocorreu.
Amanhã vou levá-lo para a panfletagem e domingo estaremos na caminhada.
Um abraço.